Nas gerais




Pegamos a rota da estrada real. Depois de uma maratona de atividades domésticas (casa nova, mudança, reforma e reforma de novo), é retomada a temporada de viagens. Não as de trabalho, com horário pra dormir e acordar (essas não têm fim nunca, ainda bem), mas aquelas cujo encontro é somente com o prazer. Que não termina quando o viajante chega em casa, de volta. Uma boa viagem mora na gente por muito tempo.

Conhecer Outro Preto, Tiradentes, Mariana e todas essas minas gerais, históricas e lindas, sempre fez parte dos meus planos. O dia chegou. E, sim, foi diferente do esperado. Sem detalhar a  envolvente simpatia mineira, me encantei com as igrejas, me impressionei com a arquitetura, cansei nas ladeiras e ainda estiquei até o sul pra me deliciar nas gélidas cachoeiras do complexo da Zilda, na pequena gigante Carrancas mineira. Uma viagem completa, com direito a tombo, confusões em mapa, pane no GPS. Nesse meio tempo, devo ter engordado um pouco, claro. Ir a Minas e não provar o angu ou o feijão tropeiro nem deve ter graça. Mas o que impressionou mesmo não foi a culinária, perdão. Foi a História Viva.

Quando a Laura* estiver nessa fase da escola, de Brasil Colônia, inconfidência e tal, certamente faremos um esforço pra voltar lá e tentar traduzir pra ela, em sentidos, essa fase tão rica (literalmente) do nosso País. Ajuda a entender essa louca formação que tivemos. A entender ou a confundir.

Agora, pra não ficar tonto com tanta igreja e tantas curvas do barroco, sugiro aguçar a curiosidade. Aleijadinho foi mesmo um gênio, seus anjos não me deixam mentir. Mestre Ataíde e tantos outros também não. Os templos sagrados são um espetáculo à parte. E também tem as ruas, os casarões e a própria estrada, por onde ecoou o nosso ouro para além-mar. Ah, foi tanto ouro, tanto tanto... E o pouco que ficou está lá, iluminado pelos lustres, contando a história.

Nas ruas, os lampiões dão ainda mais graça ao ar e as lendas de São João Del Rei são outra riqueza da viagem. São histórias de amor, ciúmes, vingança, almas e ódio que enchem de mistério e encantamento a vila. Uma rota inesquecível que pede volta sim. Fonte rica de ouro e de conhecimento. E tudo reluz, nos olhos, na mente e no coração da gente.

Minas, te quero mais.

Laura é minha pequena, que está à nossa espera no futuro. E cada dia mais perto.

Tiradentes | MG

Ouro Preto | MG

Matriz de Santo Antônio - Tiradentes | MG

Igreja de N. Sra. do Rosário - Tiradentes | MG

Igreja de N. Sra. do Rosário - São João del Rei | MG

Igreja de São Francisco - São João del Rei | MG

Mariana | MG


Comentários

Maresia disse…
Um belo texto com fotografias lindissimas. Parabéns
Anônimo disse…
Belle, sempre leio seus posts. Amo seus textos, acho uma pena que não seja tão frequente. Fiquei curiosa ao ler sobre Laura, você está grávida minha bela? Parabéns
Belle Bento disse…
Fico feliz com suas palavras, Anônimo! Obrigada! Em breve a gente amplia essa frequência por aqui ;)
Grávida? Ainda não. Laura está só no pensamento, por enquanto. À nossa espera no futuro.
Beijo!
Anônimo disse…
Aaahhhh Minas Gerais.... É sempre bom reler esse texto e se imaginar naquelas ladeiras, no meio de tanta descoberta, aprendizado e felicidade... E o melhor de tudo, com a melhor companhia que poderia existir! Chuchu... ;)
Nelson Carnaúba disse…
O Brasil é recheado de lugares assim. Sorte a nossa que temos verdadeiros artesãos linguísticos que conseguem escrever tão belos textos que traduzem essa riqueza que temos nessa pluralidade de povos e histórias no Brasil. Parabéns pelo belo texto.
Belle Bento disse…
Obrigada, Carnaúba. Que bom contar com você por aqui sempre!

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