Quando o hiato chega na palavra tempo
Sempre gostei de brincar com as palavras, seus significados, o que acontece com a mente ao unir lé com cré, sem falar quando esses encontros palavrísticos tocam o coração. Lembro demais das primeiras aulas de literatura, ainda na sétima série, quando aprendi a parte técnica da poesia, a professora ensinando como construir rimas, estrofes, quartetos, tercetos, o que era um soneto, um hai kai, a diferença entre poesia e poema… meus olhos ampliaram com tal interesse que jamais a aula de matemática chegou perto. Comecei então a rascunhar, a brincar com rimas, fazer poesia para o aniversário da avó, para a seleção brasileira de 1994, para meu poodle chamado Toffy. E dali não parei. Foram anos intercalando estilos, da poesia ocasional para a crônica, para a agenda diária da adolescência, onde eu relatava tudo o que acontecia no meu dia, os sentimentos de cada fato ali descrito, foi uma verdadeira escola da narrativa (ainda guardo todas as agendas até hoje, de 1996 a 2001, se não me engano).