Turismo na terra natal


Não lembro se eu era tão pernambucana antes de morar fora do que agora, mas o fato é que o orgulho de pertencer e de estar cresce a cada visita.

Apenas quatro dias de visita. Natal com família e amigos. Tempo para abraços, beijos, bate-papo e, claro, para alguns bons passeios pela cidade. Ou melhor, pelas cidades. Camaragibe, Olinda, Recife e até Jaboatão dos Guararapes. Tudo coladinho.

Pegar a PE-15 a caminho da Casa da Rabeca já se tornou tradição na noite do dia 25 de dezembro. Chão de terra batida e o Cavalo Marinho comendo no centro, rodas de percussionistas e apitos de mestres levam os personagens a dançarem ao ritmo agitado desse bumba-meu-boi bem pernambucano. Para os curiosos, o Cavalo Marinho, como o Bumba-meu-boi, é uma aglutinação dos Reisados. Ao longo do espetáculo são agrupados cantos, loas, personagens e parte do Boi de Reis. É um verdadeiro auto popular que fala da vida passada e presente do povo. Uma tradição popular que vem se mantendo viva, principalmente durante o ciclo natalino. Não há como ficar indiferente à apresentação desta brincadeira de origem portuguesa e que fincou suas raízes nos costumes do povo da Zona Norte de Pernambuco. Desde a música com o seu som característico produzida pelos tocadores da rabeca, pandeiro, ganzá e reco-reco. Os seus divertidos diálogos, suas danças parecem fazer parte de uma espécie de Teatro Mágico.

Da Casa da Rabeca direto para o Antigo conferir as diversas opções da noite recifense. Para todos os gostos. Brega de um lado. Rock do outro lado. Roda de Maracatu do outro, foi aí mesmo que fincamos pés, alma e coração. Eu que o diga! Depois de estar dançando já no ritmo das alfaias (essas aí da foto), foi hora de finalmente tocar pela primeira vez e batucar de verdade! Alguns segundos para pegar nas baquetas do jeito certo, olhar os demais batucando e pimba! Deixe-me levar pelo ritmo. Depois de violão, triângulo, pandeiro, gaita, quero agora tocar alfaia. Ok, veremos. Ah sim, esta noite aí acabou no bom e "novo" garagem, fim de noite clássico da noite do Recife, agora com filial no Recife Antigo, em frente ao Burburinho.

No dia seguinte, vamos à Olinda. Comer tapioca de charque com queijo no alto da Sé, conferir o presépio gigante em frente à faculdade de admnistração e curtir uma gravação de DVD em plena Ribeira. Apresentação que contou com a participação de Selma do Coco, Maracatu Nação Pernambuco e, claro, "Olinda quero cantar a ti essa canção. Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar..." Frevo no couro! Isso tudo com os Bonecos gigantes de Bob Marley e Lula pastorando...

Segundo meu cunhado, eu parecia uma turista. Ok, não vou argumentar, é bom fazer turismo na terra natal.

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