O Brasil precisa de pessoas que façam diferença

Dou muito valor à pessoas que resolvem doar seu tempo, seu trabalho, seu amor e, muitas vezes, até a própria vida em prol do bem comum.

Não tenho condições de imaginar o que era ser estudante em tempos de ditatura, em tempos do AI-5, mais especificamente. Tenho certeza que muitos estudantes e jovens preferiram não se meter, não encarar, não se indispor e não questionar. Ok, cada um faz o que acha que tem fazer, sem passar pelos conceitos de "certo" e "errado".

Não sei ainda se vou votar na Dilma Rousseff, nem sei na verdade nem se vou votar, pois meu título eleitoral ainda pertence à Pernambuco. A questão aqui não é eleições 2010 (isso é assunto pra mais tarde!), mas sim a minha admiração pela luta e esforço da, agora, candidata oficial do Partido dos Trabalhadores, em simplesmente fazer a diferença durante o período da didatura.

Dilma lutou contra o obsurdo da ditatura, acreditou na união dos jovens e, com certeza, foi uma das gotas do oceano que fez com que a ditatura acabasse nos anos 80. Veja trecho da entrevista que a candidata deu a revista Época (edição 22/02) e a explicação do porquê não se acreditar na democracia durante o processo:

"Minha geração experimentou a pior cara da ditadura: o estreitamento e a desesperança de que você pode modificar o país por meio de processos democráticos. Então, alguém que acreditava que seria possível a democracia naquele período era ingênuo, porque a realidade contrariava quem pensava isso. Esse processo vai levar a minha prisão em 1970. E veja como é interessante a vida. Quanto pior vai ficando a repressão, mais valor você vai dando à democracia. Quando você está na cadeia e vê tortura, morte e o diabo, o valor da democracia e o direito de expressão e de discordar começam a ser cada vez mais um valor intrínseco. Esse mecanismo não é só meu. É de minha geração, que saiu das trevas em relação à democracia – e passou progressivamente a lutar por ela como um valor fundamental".

O sentimento de querer mudar, de questionar o errado, de pensar no bem comum. É desse sentimento que o Brasil precisa e que une cada vez mais a sociedade: ricos e pobres, pretos e brancos, nordestinos e sulistas, macro e micro empresários, homossexuais e heterossexuais, candomblé e catolicismo, evangélicos e espíritas.

O Brasil não é rico só por possuir matérias-primas e potencial econômico. O potencial social é um dos maiores fortes, coisa que raramente se vê e se tem outros países, até aqui mesmo na América Latina.

Lula fez seu papel, desde criança inclusive (vide filme Lula - O filho do Brasil). Poderia ter ficado na dele, quietinho enquanto outros brigavam por condições melhores de trabalho para os metalúrgicos. Mas foi lá, meteu a cara junto aos grandões, em prol não do seu salário, não somente do interesse de sua família, mas em prol da justiça, em prol do bem comum.

Todos nós podemos pensar e agir assim. É muito fácil não se meter, não querer saber da política, virar a cara para o racismo, para a homofobia, para a intolerância religiosa.

Acredito demais que todos nós temos um papel social, todos nós somos capazes de fazer a diferença. Mesmo que seja só em casa, só na vizinhança, só no bairro, na cidade, no estado. E quando é no País? Todos ganham.

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