Essência

Por que existe alguma coisa ao invés de nada existir?

E por que algumas dessas coisas que existem, como se existir não lhes bastasse, são animadas, possuem vida?

E por que, ainda, algumas dessas animadas e vivas coisas têm, por acréscimo, consciência e podem ver, pensar, sentir e se emocionar?

Essas perguntas jamais seremos capazes de responder.

Isso não nos impede, porém, de pensá-las e questioná-las por meio da arte.

O mundo, para que de várias possibilidades se possa recolher em atual existência, precisa de uma consciência a lhe observar.

Sem observador as coisas tendem a desaparecer, mesmo as coisas deste espetaculoso mundo.

Nada impedirá que a vida, cuja razão haveremos de sempre ignorar, cujo movimento jamais viremos a por completo entender, cuja desigualdade sempre perplexos contemplaremos, deixe de entranhar-se em movimento em nosso corpo.

A arrogância inteira do mundo não virá a impedir que os nossos corpos de vida e de projeções se realizem, para viver, pensar e sermos, pelos momentos breves em que aqui estaremos, o que vive, vê, pensa e se move.

Pois, para além da ignorância, do medo e da brevidade efêmera de tudo o que existe, o mundo e a vida conosco e nós com a vida e o mundo, não cessaremos.

A arte é o que move mundo e o torna vivo, assim como nós.

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