Explosão de palavras

É preciso carinho, atenção e uma dose de cuidado na hora de proferir uma palavra. Muitas delas trazem um poder absurdo, capaz de destruir comunidades, confortar a mente ou alimentar um amor. Quem me faz pensar sobre o assunto é a Sereia de Água Doce (Vanessa da Mata), tão popularizada e tão inteligentemente musical.
Eu nunca aprendi a lidar com elas – as palavras. Quando tenho um tiquinho de raiva, lanço mão das piores, a fim de eliminar mortalmente o indivíduo. Fruto de uma intolerância humana que carrego e que diariamente luto contra. Eu quero ser gente boa.
Só que, como em toda boa ficção, tem a turma do bem. As palavras ‘de branco’ entram em cena e utilizá-las já não é tão fácil como se mostram as suas concorrentes. É mais simples julgar, apresentar ardilosamente a retórica do convencimento (Aristóteles que o diga). Pelo menos pra mim sempre foi. A isso denominam popularmente ‘língua ferina’. Minha vó chama de inteligência. Tudo depende do ponto de vista.
As palavras doces me enjoam muitas vezes, tal rapadura ou doce com queijo. De vez em quando é bom; sempre nem pensar. Mas quando se trata de música, a coisa muda de figura. Me emociono, dou replay e divulgo pro mundo. Mesmo adepta dos salgados, sou obrigada a concordar que precisamos de doçura. De preferência todo dia.
Um brinde às palavras, donas de nós.
Comentários
E tenho repensado a doçura que me acomete constantemente. Tô tentando mudar o tempero pro agridoce... ;)