Bahia, és minha também.
“Essa praça do Pelourinho é ilustre e grandiosa: sua beleza é feita de pedra e de sofrimento. Por aqui passa a vida inteira da Bahia, sua humanidade, a melhor e a mais sofrida.
Toda a riqueza do baiano, em graça e civilização, toda a pobreza infinita, drama e magia nascem e estão presentes nessa antiga parte da cidade”
E foi lá, no Pelourinho, por onde comecei uma incansável redescoberta desse pedaço do Brasil chamado Bahia. E me encantei com o que vi. Da Baía de todos os Santos, linda e imponente, à Igreja de Santa Bárbara, abandonada e sofrida - em outros tempos exaltada em belíssima peça do cinema nacional (O Pagador de Promessas, 1962).
A Bahia encanta, talvez porque não seja só feita de beleza natural. É rica e tem o traço e as cicatrizes da formação do Brasil. Do mar de Itapuã ao Terreiro de Jesus, do Engenho Velho da Federação (Terreiro de Mãe Dalvinha) à Ilha de Itaparica. Eu amei a Bahia.
Entendi porque tantas coisas belas saem de lá. A energia dos batuqueiros, a disciplina do capoeirista Mestre Curió, o sorriso infinito dos Filhos de Gandhi, a beleza entontecedora do mar em Ponta de Areia, a beleza das ‘Oxuns’ rodopiando no meio do terreiro... É muita inspiração pronta pra emocionar. Conhecer um pouco dali me trouxe de volta a sensação de, mesmo sendo jovem, pertencer àquele lugar há muito tempo. Nas ladeiras de Salvador, virei preta velha e me reencontrei; a Literatura tomou corpo e virou uma peça musical onde eu, de telespectadora, virei atriz. Em Itaparica, onde Caboco comia gente e as almas ainda perambulam sem direção, passei na frente da casa de João Ubaldo. Deu até vontade de tocar a campanhia (me disseram que ele estava lá), mas tive vergonha. Tocar e sair correndo seria uma atitude de fã “malina” e indelicada.
Já em casa, tal qual uma jovem deslumbrada, prolongo a viagem que não terá fim. Me apego ao esmerado texto de “Viva o Povo Brasileiro” e volto, com a Literatura, a recriar cenários e viver emoções. Só que dessa vez com sons, cheiros e cores na memória.
Bahia, um beijo pra você.
Foto: Pierre Verger
Toda a riqueza do baiano, em graça e civilização, toda a pobreza infinita, drama e magia nascem e estão presentes nessa antiga parte da cidade”
Jorge Amado
E foi lá, no Pelourinho, por onde comecei uma incansável redescoberta desse pedaço do Brasil chamado Bahia. E me encantei com o que vi. Da Baía de todos os Santos, linda e imponente, à Igreja de Santa Bárbara, abandonada e sofrida - em outros tempos exaltada em belíssima peça do cinema nacional (O Pagador de Promessas, 1962).
A Bahia encanta, talvez porque não seja só feita de beleza natural. É rica e tem o traço e as cicatrizes da formação do Brasil. Do mar de Itapuã ao Terreiro de Jesus, do Engenho Velho da Federação (Terreiro de Mãe Dalvinha) à Ilha de Itaparica. Eu amei a Bahia.
Entendi porque tantas coisas belas saem de lá. A energia dos batuqueiros, a disciplina do capoeirista Mestre Curió, o sorriso infinito dos Filhos de Gandhi, a beleza entontecedora do mar em Ponta de Areia, a beleza das ‘Oxuns’ rodopiando no meio do terreiro... É muita inspiração pronta pra emocionar. Conhecer um pouco dali me trouxe de volta a sensação de, mesmo sendo jovem, pertencer àquele lugar há muito tempo. Nas ladeiras de Salvador, virei preta velha e me reencontrei; a Literatura tomou corpo e virou uma peça musical onde eu, de telespectadora, virei atriz. Em Itaparica, onde Caboco comia gente e as almas ainda perambulam sem direção, passei na frente da casa de João Ubaldo. Deu até vontade de tocar a campanhia (me disseram que ele estava lá), mas tive vergonha. Tocar e sair correndo seria uma atitude de fã “malina” e indelicada.
Já em casa, tal qual uma jovem deslumbrada, prolongo a viagem que não terá fim. Me apego ao esmerado texto de “Viva o Povo Brasileiro” e volto, com a Literatura, a recriar cenários e viver emoções. Só que dessa vez com sons, cheiros e cores na memória.
Bahia, um beijo pra você.
Foto: Pierre Verger
Comentários
Apareça mais por aqui com suas palavras e seus cachos, moça!