Fuga do bem



Pensando com meus cachos (=meus próprios botões) nos últimos dias, cheguei a uma conclusão sobre determinadas fugas que escolhemos e que, muitas vezes, vêm acompanhadas de um certo incômodo (culpa) por ir contra ao que se acredita como "coragem" ou "obrigação". 

Fugir nem sempre é vergonhoso. Nem sempre está ligado à covardia, muito pelo contrário. Muitas vezes para bancar a escolha de conviver ou não com uma certa situação (ões), precisamos "fugir" da situação, porque simplesmente não temos controle a respeito. E sim, algo que muitos não aprendem quando crianças, nem tudo é do nosso jeito e que nem tudo é como gostaríamos que fosse.

Bancar essa fuga, meus caros, é um sinal de amadurecimento e de autoconhecimento. Não temos poder sobre tudo, mas podemos - e temos todas as condições para - bancar nossas escolhas, estarmos seguros delas e arcar com as consequências que elas trazem consigo.

Fugir é também "abandonar" e, cá entre nós, abandonar o que nos faz mal é a atitude mais plausível em busca da paz de espírito e da felicidade plena, essa mesma que mora dentro da gente. Aliás, felicidade está muito ligada à paz, eu acho. E por fugir ao contrário, podemos nos sentir duas vezes mais velozes. Fugir muitas vezes é tão libertador que nos dá asas, e é mais barato que Red Bull (desculpaê, não segurei a piada :P). 

No meio disso tudo, vale lembrar, que temos sempre a arte como comparsa nessa fuga. Como já diria o filósofo alemão, Johann Goethe, "não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte, e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte".




Comentários

doZé disse…
Boa Rafa!! Concordo, porém e talvez a melhor palavra seria "Abstrair".

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