Ouvir sinceramente




Um amigo me perguntou hoje: “Rafa, na tua opinião, sem ser algo material, o que um amigo pode dar de melhor?”, nem pensei muito e respondi logo: “os ouvidos”. Parece simples, né? E se eu disser que tenho amigos muito queridos até e que simplesmente não sabem “ouvir”? Amo, gosto, tenho afeto, adoro conversar, mas já sei que ali não terei nem ninguém terá “ouvido” disponível. Não é fácil deixar de prestar atenção em si mesmo e se disponibilizar inteiramente para o outro, ouvir com atenção, ouvir sinceramente.

Eis que no mesmo dia, horas depois, vejo no twitter da revista Vida Simples, o seguinte: “Escutar é um dos grandes presentes que se pode dar para alguém. E um dos dons mais preciosos que se pode receber do outro”, ou seja, coincidência demais para não compartilhar com vocês.

Todos nós temos a tendência ao egoísmo, acho que é do ser humano, e é o ato de se policiar, o exercício do ouvir que nos torna bons ouvintes. Nem estou me gabando de ser “A” ouvinte não, mas tento, pratico, o Personare vez em quando me lembra. Hehehe Aprendi muito sobre isso ao longo do tempo e um dos exercícios que jamais esquecerei foi quando conheci dona Joana numa instituição geriátrica em Recife. Com seus 87 anos, tinha um olhar triste e cheio de histórias. Passei alguns sábados indo ao seu encontro para simplesmente ouvir. E ouvi sinceramente, atentamente, com toda a minha curiosidade já nata somada à de estudante de jornalismo. Tantos causos que um deles transformei em conto, publicado no primeiro livro da série “Me conte sua História”, projeto da Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica – Febrafarma.

Até aí tudo bem, fiz amizade, soube de coisas que não sabia sobre a história de Lampião, descobri que levava jeito pra conversar e me doar com “estranhos”, mas ao ouvir da sobrinha de Dona Joana um agradecimento em meio a lágrimas, dizendo que antes sua tia nem sorria mais, andava cabisbaixa e, depois de minhas visitas, ela passou até a usar batom, de tão feliz que estava, e a tagarelar suas histórias com os outros; senti ali a responsabilidade de saber ouvir, atentamente e sinceramente.

Esquecer um pouco de nós e estar disponível para o outro, um momento que seja, por uma ligação que seja, por um e-mail que seja. Muitas vezes não é o que falamos que ajuda o outro, não é o nosso “conselho”, é justamente esse silêncio que doamos, de coração, a um amigo. A palavra pode valer muito, mas o silêncio, esse vale ouro. 

Comentários

talisaaardema disse…
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