Um ano quase sem fim
Montmartre, Paris, 2016 |
Tudo bem que 2016 não foi lá tão especial quanto 2015, mas
tentamos. O ano começou na euforia de uma viagem. Enfim, sairia do Brasil pra
conhecer logo o velho continente. E, melhor, ao lado da pessoa que foi e é o presente
mais encantador que esta vida poderia me dar nos últimos anos. Nos deslumbramos
com a história, os cenários, os sabores. Foi transcendental. Ajustamos as arestas
que restaram quando encaixamos dois gênios fortes e optamos por seguir, juntos,
na caminhada. Amar é tão raro.
Em agosto, uma grande perda marca o ano. Fomos alvo de uma
peça da vida e, sem perceber, mergulhamos em um drama familiar. Tio Moacir
– irmão de meu pai – perdeu a vida em uma história que mais pareceu tragédia
grega, o que nos fez suportar dor infinita. Até hoje (primeiro dia de 2017) me pergunto
se o tempo cura esse aperto no peito da gente. Parece que não. Mais
de 4 meses se passaram e me pego muitas vezes pensando sobre o sentido de tudo.
Tive uma baixa no meu estoque de fé, ao que parece.
Pra me restabelecer, abracei o projeto de conclusão do
MBA. Virei padeira no plano de negócios e, com boas doses de dedicação, insistência
e apoio dos meus, superei com êxito e louvores. O título conquistado se somou a tempos difíceis no trabalho. Apesar do crescimento profissional e amadurecimento, faltou
amor e sobrou frustração. Tudo isso somado ao cenário político nacional virou
um negócio para o qual dão o nome de “angústia”. Não gosto muito dessa palavra,
mas é ela quem vai ficar por aqui mesmo. E como a aposentadoria não vem tão
cedo, os tempos nos pedem ainda mais trabalho; e resiliência. Apostemos em dias melhores.
O final do ano já anunciava recomeço quando ganhei carinho
de presente. Martin e Maximus, meus filhotes cães, chegaram pra alegrar a casa
e o meu coração – este tão carente de esperança. Como tem sido bom me dedicar
ao amor incondicional. A natureza tem muito a nos ensinar.
O novo ano chega sem compromisso. Sonhos e projetos já
constam no papel. Restam agradecimentos. Pela saúde dos meus pais, pelo vigor e a companhia do amor puro de Nelson, pelos verdadeiros amigos que permanecem e pelo meu propósito de vida que não se findou em 2016. Sigamos. Ainda
tem muito pela frente.
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