Memórias de uma coelhinha



O período da Páscoa – ou semana santa, como queiram – é pra mim sempre marcante. Relembro as festinhas do colégio, quando virava coelhinha com aquela verdadeira inocência. Até ganhei um coelho de verdade, sujeito a fervoroso protesto da minha mãe. Esse bicho é que nem rato... Procria depressa, dizia ela. Não lembro o fim da história – ou do coelhinho, mas até hoje tenho atração por esses roedores. Eles têm um semblante sincero.

O detalhe é que o verdadeiro sentido da Páscoa eu só vim descobrir na adolescência. Até então, era a ‘festa do coelho’.

Mas nem só de escola e festinhas a Páscoa me faz lembrar. Todo ano, religiosamente, vamos ao interior - do Ceará - na sexta-feira santa. Uma das tradições mantidas pela minha mãe e que ela transfere pra mim, como se fosse natural. Hoje, o fervor da viagem não é o mesmo, até porque terreiro, galinhas e vacas perderam a novidade, embora o ‘clima’ no lugar ainda me agrade, principalmente pelas conversas, entoadas por gente que não tem pressa...

E foi nesse lugar – na cidade de Ocara – onde, ainda na infância, eu achava que Jesus Cristo havia nascido, vivido e sido crucificado. Pelo menos o cenário é bem parecido com aquele apresentado pelo texto bíblico.

Pelo visto me enganei.

Comentários

Rafa Britto disse…
Olha só quem deu as caras por aqui com seu belo texto.
Bjo pra tu coelhinha cacheada! ;)

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